PESSOAL, AI ESTÁ MAIS UMA MATERIA
DA MEL. CADA DIA ELA FICA MAIS SENSÍVEL E O SENTIMENTO AFLORA DE UMA MANEIRA
QUE EMOCIONA. EU ENTÃO!...
MEU
POETA, MINHA RAZÃO DE VIVER
Amor,
as coisas ficaram muito complicadas por aqui. Nossa liberdade está em risco.
Quando vim de Recife e desci na rodoviária, junto com o Carlos já havia uma
multidão me esperando. Pense numa situação difícil. Todos queriam me abraçar,
falar comigo, saber como estava e muito principalmente saber sobre você. Foi um
sufoco. Queriam saber tudo!... como te conheci, como você é, o que você faz, se
vai mesmo casar comigo, tudo, tudo, em
detalhes. Foi complicado pra gente sair, ficavam na frente do carro e saíram seguindo
a gente tocando no carro. Meu Deus!.. Fui visitar amigos na cidade e foi outra
correria. Por onde passava se repetia a mesma coisa. Por isso te falei que as
formigas viraram celebridade, o Carlos quem tinha me falado, agora já sei
porque. Vão na fazenda pra saber de tudo e querem conhecer o local onde ficamos
e nos enamoramos. Como pode amor!... você mudou nossa rotina e acabou nossa
tranquilidade. Até Painho está tendo dificuldade para cuidar da fazenda. Chega gente
toda hora querendo saber dos acontecimentos. Quando cheguei ontem, por volta de
15;00 horas, já tinha um monte de gente me esperando, até o Prefeito da cidade
já esteve aqui com Painho pra saber do ocorrido. Pra eles você é uma pessoa do
outro mundo. Nossa!... não entendo isso!... você é tão simples, tão humilde e
pensam que você é um cara que vive cercado de seguranças. Eu estou sem saber o que fazer. Até pra ir na
cidade vai ser complicado agora. Quanto
ao nosso casamento, Painho me falou rapidamente que não vai mais ser feito na
paroquia da cidade, devido o espaço e a quantidade de gente que tem nos
procurado. Será que você acredita, tem gente vindo com Mainha querendo saber o
que estou precisando. Tem até um politico que já se ofereceu para custear nossa
lua de mel na Europa. Kkkkkkkk... não me vejo sendo essa pessoa. Prefiro ir
conhecer as cataratas. Olha só amor, o Prefeito esteve aqui com o padre e
falaram com Painho, eles estão achando melhor fazer o casamento aqui na fazenda, eles montam um palanque para realização de
uma missa campal. Acham que vai ser um alvoroço, todos querendo participar do
evento. É muita gente vindo aqui na fazenda pegar informações. Acho que você
mudou a rotina desse interior onde só ouvíamos o canto do grilo e dos pássaros.
Aqui na fazenda virou armazém. Quem vem aqui traz alguma coisa. É peru, é
capão, é cabrito capado, e outros animais, pra nosso casamento. Painho e Mainha
estão sem saber o que fazer. Nunca viveram num ambiente assim. De repente tudo
mudou e passaram a ter de conviver com gente nunca visto antes e dando informações
que não conhecem. Apenas Mainha sabe
mais de você. Quando ela morou na casa da tua mãe, na época de estudante em
Campina, ela via seus escritos que D. Eudocia guardava com todo carinho e
falavam muito sobre você, que já morava em Manaus. Mas Painho!... Painho só sabe o que Mainha
conta. Bem amor, eu quero que você me fale como vamos
fazer os arranjos do meu vestido e o que você quer que a gente faça pra festa,
afinal você é o ator principal, eu sou sua coadjuvante, louca pra viver esse
momento magico.
Sabe aquela senhora que
veio aqui, te abraçou e disse: “ ah se eu fosse nova, ia tomar esse coroa”. Kkkkkk... ela veio aqui ontem a noite, me abraçou, me
desejou muita felicidade e chorou tanto...ela me falou assim: “você ganhou um
anjo abençoado que vai te dá um casal de filhos. Aonde esse ai põe os pés até a
terra o reverencia”. Não entendi amor!... ela é semi analfabeta, de onde tirou
isso?... – Olha só, D. Hilda, anda muito preocupada com você, por causa desses
problemas ai de Manaus. Ela não me falou exatamente o que é, nem o que
aconteceu por ai, mas, ela ora toda noite por você e pede proteção. Amor por favor, vem logo. Eu preciso muito de
você ao meu lado. Era difícil viver pensando em você sem nunca ter te abraçado,
beijado, sentido o teu calor... imagina agora depois que senti tudo isso. Ficou
difícil de dormir abraçando o travesseiro, fingindo que é você. Só eu sei como
é difícil. Beijos meu poeta amado, você é a razão da minha vida.
AI,
AI, AI. DEPOIS DESSA O QUE VOU ESCREVER?...
Mel,
você tira minha inspiração. Choro tanto com teus escritos que fico sem rumo
para escrever. Nem sei o que vou te falar, você está se saindo tão bem, que
está ofuscando meus artigos. Vou ter que aprender com você, para melhorar os
meus escritos. – Minha princesa, eu fico lisonjeado pelo calor do povo que
admira o nosso trabalho, mas, por favor, fala pra essa gente que também somos
caipira como eles. Fala que fui garoto pobre, sofrido, nascido na roça como a
maioria deles, que estudou, lutou e saiu do mundo da ignorância e que não sou
nada disso que eles pensam. Sou simples e humilde como eles são. Isso é o fato
da gente viver fora, que leva a isso. Bebezona, não deixe de ir a cidade. Vá e
se junte ao povo, mostre que não somos celebridades e que se um dia a gente
conseguir essa façanha, ainda assim, seremos simples e humildes. Mostre-lhes,
que somos gente simples como eles são. Eles vão nos admirar e aprenderão
conviver com a gente sem essa de seguranças, cerca de jurubeba, etc. Abrace,
cumprimente cada um que estiver a tua frente. No começo é assim, depois vão
acostumar. - Em relação a organização, isso fica com vocês. O teu vestido de
casamento e demais arranjos, procura fazer tudo bem simples. Se possível faz
uma festa caipira. Nós somos caipira, então pra que inventar coisas. Vamos
viver nosso dia a dia, nossa realidade. Fala ao Zeca, pra não cair nessa de
gastar pra fazer um casamento. Vamos fazer tudo
dentro da nossa realidade. Quanto aos políticos que se aproveitam de
tudo, por favor não aceitem presentes pra nosso desfrute, principalmente pra
gente viajar. Se quiserem doar alguma coisa para benéfico do projeto da
fazenda, ai sim tudo bem, porque será para uso coletivo da população. Vamos
fazer tudo dentro de nossas possibilidades. Se você quer ir conhecer as
cataratas, nós vamos. Vamos de avião, de ônibus, de jegue, de bicicleta, mas,
vamos com nosso suor. Quanto a realização ai na fazenda, adorei a ideia.
Assim
o local já vai sendo preparado para o projeto turístico. Fala ao Zeca para aproveitar
o momento e pedir ao Prefeito para dar uma melhorada na estrada, fazer uma
piçarra boa, etc. Disso ai ele já pode tirar proveito, porque já vai servir ao
projeto. O Prefeito precisa sim ajudar nisso, afinal, o município vai se
beneficiar de tudo. O turismo vai trazer outras fontes de renda e empregos.
Olha só bebe, eu sei da tua saudade e eu também sinto, mas, não posso largar
tudo aqui e sair assim. Só mais um tempinho e viveremos esse momento que você
tanto sonha. Apenas tenha um pouco de calma e paciência. Vai preparando nosso
quarto ai na fazenda, desta feita a rede vai ficar em segundo plano. O vuk vuk
agora vai ser pra valer, não temos mais o que esconder. kkkkkkkk... encontrou o
pau do tenente por ai?..kkkkkk.... Vê se pega leve quando escreve, você me leva
as lagrimas, ai fico sem inspiração para escrever legal pra você. De qualquer
forma, estou gostando de vê você soltando o lado literário que não conhecia.
Achava que eras a caipira que gostava apenas de cantar. Que nada!... você é uma
grande escritora. Continue exercitando. Tenta escrever algumas poesias também,
com certeza vai conseguir colocar nos versos, essa beleza de pessoa que você
é, e expressar esse amor contido dentro
do teu coração. Amor, fala ao Zeca e a Lucia, que mando um forte abraço. No
Carlos um puxão de orelhas. Beijos amore. (Escreva mais e mais)
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